quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017


Alexa é uma jovem e promissora bailarina que sofre um acidente e fica em cadeira de rodas. Só que ela não se entrega, sabe que viver ainda é a melhor vingança. Mas sonhar, tirar os pés do chão: meu Deus, como se faz isso? Vive a comparar sua vida com a lagarta no jardim, sempre agarrada às folhas e voraz. Arrastando-se por coisas vãs, possuindo e sendopossuída por elas. Pensa que essa lagarta não é boa nem má: é uma lagarta. Se destrói o verde, vai tentar se redimir pelo resto da vida, borboleta. À noite, Alexa vive o seu lado escuro. É ela agora que se arrasta sobre lençóis. O mal faz bem. As pessoas são folhas, sempre devoradas. E folhas suficientes naquela casa. Mãe Maria, Taís, Berenice, Paula, Silvia, Lola e também a governanta. E logo começa a voragem. Para proteger a futura borboleta, Alexa esconde a pequena ninfa em sua crisálida íntima. Entre as pernas e o delta púbico. A partir daí, começa sua outra e insólita fase de mulher. Metamorfose, agora colorida e de asas. Asas, sim, verdadeiras e reais.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Obras de Silvio Piresh - Alguns comentários

Claudio Willer:
"Silvio Piresh, inovador inveterado, é um mestre da ironia sutil. Escreve narrativas para que o leitor se perca nelas. Apresenta realidades paralelas que, para o bom observador, estão aqui, nos acompanhando no dia-a-dia."
Fabio Lucas:
O Eu-narrador-protagonista alheando-se do cenário das relações sociais, externas, e mergulhando no Eu-íntimo, num diálogo fenomenológico em que razões da vida (Eros) e da inação (morte) se configuram e transitam nos apoios do tripé: agente da ação física, agente da especulação pensamentosa, agente de questões, de perguntas e respostas inseguras ante a imperfeita condição humana... O rol de conteúdos desliza entre os recursos novos, geniais, de Silvio Piresh, autor de A lagarta do Bolshoi (S.Paulo, Edição do Autor, 2017), romance brasileiro.
Ferreira Gullar:
Silvio Piresh pertence àquela família de poetas que desidratam a linguagem e pulem as palavras. Sua preocupação não é de que entendamos claramente o que ele diz: quer nos fascinar com suas elipses e metáforas e quase sempre o consegue.
Revista Veja:
Como poeta, o português Silvio Piresh, 30 anos, é no mínimo um bom publicitário. Em janeiro passado, ele fez sucesso com sua Poesia king size, enroladas e acondicionadas como cigarros num maço. Agora, ele lança a Poesia em Conserva, com os versos escritos em canudos de plástico branco, mergulhados em água, semelhantes a palmitos dentro de um pote.
Folha de São Paulo:
... Poesia King Size é uma nova e ousada invenção nacional. Trata-se de um estranho livro, em formato de caixa de cigarros (11cmx6cm), contendo vinte poemas de Silvio Piresh, enrolados um a um, em forma de cigarro, só que em papel craft...
O Estado de São Paulo:
... "Nhac Nhac Nhac, o velho senta na mesa. A solidão come" Ou, "Trimmmmmmmm Trimmmmmmmm quando a felicidade bate na porta é para vender livros". Estes são dois dos poemas que estão em luminosos informativos de várias cidades brasileiras do poeta e publicitário Silvio Piresh, idealizador da Poesia Luminosa...
Leo Gilson Ribeiro (Caderno 2):
... Roberto Piva, Silvio Piresh e Claudio Willer – que na minha opinião se destacam nitidamente do grupo de vários talentos poéticos que o Brasil tem produzido subliminarmente quase, nas últimas décadas – são, com Hilda Hilst, a grande revolução coperniciana do ser e das variadas formas do poético...
Levi Bucalem Ferrari:
... Ao desnudar a origem do mito fundador de nossa civilização, Silvio Piresh, em O Cristo Rosa traz à tona a falha fundamental. E, em busca de maior coerência, imagina um Cristo mulher ressurecto dois mil anos depois. O fato é que Sílvio Piresh, querendo ou não, antecipa a tão aguardada, tão necessária revolução da mulher...
Sobre "O Cristo Rosa":
... Estranha ficção, no meio da qual brotam idéias. Longe estamos de Zola e seus parcei-ros, comprometidos com o estudo monográfico dos fatos. Mas de um texto reflexivo, a que não faltam os ingredientes sedutores da trama bem construída... (Fábio Lucas)
Sobre "Orelhas de Van Gogh":
... Seu universo poético ora encerra marcante faixa lírica, ora compreende brusca apreensão do social. Tudo numa linguagem desnorteante, assinalada por elipses, imagens cruzadas, idéias repentinamente emergentes, iluminações desencontradas, num jogo levemente surreal ou mesmo caleidoscópico... (Fábio Lucas)
Sobre "VamPires":
... Silvio Piresh escolheu fazer seu livro inteiramente a mão. Redigiu o texto em todos os exemplares, um a um, e pintou as capas, uma a uma. Dedicou-se, por anos a fio, a preparar a edição. A forma é riquíssima de conteúdo. Como poucos, ele chegou à unidade das duas dimensões, da ideia e objeto, palavra e letra.VamPires é poderosamente subversivo... (Claudio Willer)
Moacir Amâncio (Caderno 2):
... VamPires de Silvio Piresh, é desses textos inclassificáveis, na linha de "Memórias Sentimentais de João Miramar", de Oswald de Andrade. São livros, são textos mais fáceis de ser definidos pelo que não são. O que conta é a experiência da linguagem, calcada nos modelos cinematográficos e literários do noir, revitalizados pelo humor...
Sobre "VamPires":
... Há um crime. Polícia, mulheres, sexo, sangue e drogas, há de tudo. E uma linguagem fascinante. No meio do tom prosaico, impera a poesia: flor do asfalto. O texto é prosa narrativa? Não se sabe. Peça de teatro, script cinematográfico? VamPires não vai pela trilha já palmilhada pelos antecedentes. É o caos da manhã... (Fábio Lucas)
Sobre "Fausta Comédia":
... Paródia revolucionária, aí está um termo que se aplica, com total propriedade a Fausta Comédia! Satiriza, ao mesmo tempo, expressa não apenas admiração, mas amor pela literatura. Reescrever à sua moda o Fausto de Goethe é acrescentar-lhe sentidos. O mais importante é ser uma leitura deliciosa... (Claudio Willer)
Caderno 2 - Estadão:
Um poeta ao vento de todas as viagens. Vale a pena registrar esse nome. Ele pode marcar uma época... É desses escritores que se transformam em intérpretes da experiência coletiva, entrando pelos terrenos (ou mares) da história contemporânea e passada. (Moacir Amâncio)
Paulo Bonfim:
Convivo com sua inquietação e com os signos que mergulham no nirvana dessas páginas. A você que se transforme naquilo que escreve, o abraço de seu irmão em poesia e em Nietzsche.
Glauco Mattoso:
... Fiquei preocupado quando vi o tremendo aparato gráfico, tudo impeccabil, e talis qualis. Pensei: ih, e se for mais um palavrório vazio em embalagem de luxo? Felizmente o recheio corresponde à casca. Gostei...
Olga Savary:
... Sua poesia, ereta, netuna cabala, segue a trilha do marfim. Força é planejar a loucura, valise sem alça...
Uilcon Pereira:
... Não vou jogar incenso. Falo direto e seco, curto e grosso: seu livro é o mais importante, o mais brilhante e amadurecido, nestes últimos anos de épocas. Pronto! Tudo nele é maravilhoso: título, capa, impressão, variedade temática, invenções verbais, domínio dos esquemas formais...
Claudio Willer:
... Silvio Piresh não apenas se afirma como vocação poética, mas também e principalmente, como um poeta capaz de surpreender...
Eliana Audi:
... Ler este autor, foi reconhecer-me em seu debruçar-se. Seus poemas, espelhos multifacetados, centuplicaram espaços e imagens, reproduziram labirintos e, magicamente, iluminaram cantos escuros e empoeirados. Uma viagem!..
Jorge Amado:
"Sonhos maiores simplesmente são os que resistem". Gostei de ler seus poemas, gostei das rimas das samambaias. Parabéns, poeta. Votos de sucesso.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017